comédias românticas são palavras

a cada capítulo, um estímulo;

sexta-feira, 25 de abril de 2008

CAPÍTULO XXIV

Mas que situação louca hein, menino.
Apaixonado por duas, que triste destino.
Uma foi o primeiro amor, e esse marca mais.
Mas a outra o encantou, que sina, rapaz!
Há poucos dias para o fim das férias
Hugo estava decidido a se declarar
Ensaiava as suas frases mais sérias
E bolava o plano perfeito para falar.
Mas se declarem para quem?
Linda ou Sophia? Ou por ninguém.
O medo de achar que estava confundindo
O deixava tímido, inibido, retraído.
Linda poderia ser apenas gentil
E, de certa forma, ela é assim com demais.
Por Sophia, Hugo se encantou quando viu.
Mas não sabe se ela também olhou para trás.
Eram tantas dúvidas, era tanto medo
Eram poucos segundos, era o maior segredo.
Hugo era como um simples brinquedo
Nas mãos de duas crianças indefesas
Eram tantas perguntas, era muito cedo
Era tanto doce, era muito azedo.
Hugo como água escorrendo entre os dedos
Das mãos de duas imensas correntezas.
Buscou em papéis soluções para este caso.
Que ainda não se decidiu se foi destino ou acaso.

"A branca do quarto, não guia nesse labirinto
As risadas em retratos me perseguem por instinto.
Se for por emoção, a primeira pretendente é a certa.
Se for por razão, a segunda sorridente é a descoberta.
Elas são tão lindas e eu um perdido por natureza
São jóias em corpos femininos de infinita beleza
Eu tenho dois alvos, porém apenas um dardo.
Ou me saio a salvo, ou me deixam de lado.
Arriscar em uma ou não conseguir nenhuma
De forma nua e crua tentar encostar na lua
O satélite invejoso com o brilho do rosto
Da minha primeira e única dama
Mas o sol não fica de fora e parece que devora
A minha segunda e fortíssima chama
Mas por quem meu coração chama?
Por quem ele realmente ama?"

E o poeta continua escrevendo ao invés de dizer
O relógio marcava 4h30 da madrugada
Hugo, sozinho, caiu na gargalhada
Olhou para uma foto e disse: "Escolhi você".

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